quinta-feira, 23 de outubro de 2008


Este blog vai servir como terapia a tanta insanidade que se concentra nos nossos neurónios, sinapticamente inactivos, pois estão a boiar em pasta e pizza!
O nosso estado de loucura teve inicio assim que colocamos os pé em Malpensa (Milão). Agarrámos em 2 carrinhos para as malas e lá nos lançámos aeroporto fora, em buscar do Terminal 1 (onde supostamente haveria um depósito de malas). Primeiro e gentilmente, entrámos numa loja para perguntar onde era o dito cujo, mas como boa portuguesa, assim que lá entrei, enfiei o carrinho no balcão, olhei pra Marta e desatámos a rir na cara da Senhora. Claramente a senhora não achou muita graça e mal nos respondeu. Depois de tantas voltas ao aeroporto, lá perguntamos ao sr taxista onde era… seguimos as indicações que fingimos perceber, mas o Terminal 1 não passava de uma miragem! Voltamos para dentro, onde esperávamos ter uma boa indicação, mas entre serviços fechados e pessoas que não nos queriam atender, um senhor lá perguntou se eramos de Londres. Como a conversa não agradou muito, decidimos dar mais umas voltas ao aeroporto. Quando demos por nós, estávamos quase fora do aeroporto… na beira da estrada a empurrar os benditos dos carrinhos. Depois de muitas buzinadelas que levamos, resolvemos esquecer o nosso sonho de encontrar o Terminal 1 e voltámos para trás, para apanhar o bus para Milão.
Tudo correu bem até à estação Central… (pudera… íamos no autocarro)! Largadas na selva, que é como quem diz, na estação Central de Milão, partimos em busca do metro. Mas, desta vez não havia carrinhos que nos pudessem ajudar. Mal sabíamos que o melhor estava para chegar. Foi aí que percebemos que os italianos não conhecem os elevadores, nem as escadas rolantes. Como temos os músculos dos braços bastante desenvolvidos, restou-nos jogar as mãos às malas e descer as belas das escadinhas que nunca mais tinham fim. Apanhámos a linha amarela e na estação Duomo, trocámos para a vermelha. Esta grande querida tem uma particularidade, era bifurcada. A certo ponto, separava-se em duas, mas os metros partiam do mesmo ponto, só que alternados. Claro que como somos ragazze de sorte, conseguimos apanhar o metro errado!!!!!!! Lá saímos 2 estações à frente, voltámos para trás, perguntámos a um sr e ele lá nos explicou que eram alternados. Recordo que todo este percurso foi feito com uma mala de 20kg (cada uma) e outra mala às costas com mais uns quantos kg. Seguimos então rumo à estação QT8 (mas que raio de nome és este?) onde tínhamos que sair, para ir para o ostello. Segundo as indicações que nos deram no ostello, saíamos nessa estação e depois seriam 3 min a pé…. Ora bem, mas… aquilo era um cruzamento… e agora? 3 Minutos para onde? 3 Minutos com malas ou sem malas? Finalmente aqui tivemos um pouco de sorte e tomámos o rumo certo!
Finalmente chegamos… mas quem são estas duas pessoas que estão na recepção?? Lá fizemos o check-in, entre muitas olhadelas e “mascadelas” de pastilha! ‘O vosso quarto é no 1º piso’… valeria a pena perguntar se há elevador?? Ohhh….. que sina a nossa!
Com 2 homens daqueles, nenhum foi capaz de nos ajudar, pelo contrário, ainda acharam engraçado brincar com as cancelas, enquanto passávamos.!!! Lá fomos então, escadas acima para a nossa suite presidencial de 3 beliches, que tinha como brinde um ‘gato’ chinês, enrolado na sua mantinha! Gato esse que todo o santo dia dormia com o lacinho na cabeça, assim como toda a santa noite! Chegámos então à conclusão que algo não estava bem.
Eis então que… “São Portuguesas?”…. ahhh… portugueses! Espécie rara em Milão! Encontramos um grupo de rapazes nortenhos que se encarregaram de nos animar por uma noite. Daquelas bocas, não saia frase certa! Foi o rir.. mas soube bem! Tivemos a tão desejada vingança ao ‘Rabeta’ (o jovem da recepção, assim baptizado pelos nortenhos)!
Os rapazes foram muito simpáticos e até nos traçaram o percurso por Milão. Coisa que nunca tínhamos pensado. “Então já sabem o que vão ver?”… “…?” !
Foi um dia agradável, Milão é muito bonito, andámos imenso, mas conhecemos muita coisa. O dia estava a correr bem, e até já tínhamos comentado que era estranho estar a correr tão bem. Até que tivemos fome…. Andámos… Andámos… Andámos… e andámos…. Mas esta gente só come roupa e cosméticos? Onde está um super?! Decidimos procurar o FieraMilanoCity (que tínhamos visto, quando tínhamos passado no autocarro)…. Andámos… Andámos… Andámos… e nada dele! Porque seria? Estávamos dentro dele!!.. Mas que raio é isto? Não foi isto que vimos no outro dia. Havia pessoas, havia sacos de compras… aqui não há nada! Desistimos, já era tarde e tínhamos mesmo muita fome. Voltámos a andar tudo para trás. Retomámos novo rumo, em busca de um supermercado! Lá andámos mais um bom bocado e eis que quando olhamos para o lado “Ana, não foi ali que estivemos?”, “Marta, prefiro não responder a essa pergunta!!!!”…. e sim, tínhamos dado uma grande volta, voltado para trás e fomos parar ao mesmo sitio! Mas eis que…. UM SUPERMERCADO :D foi o momento mais feliz da nossa vida! Enchemos o bandulho e voltamos para o ostello, pois no dia a seguir tínhamos que agarrar nas nossas ‘farruscas’ e rumar de novo para o aeroporto (mas desta vez, sem terminal 1).
Lá estavam as benditas escadas do metro à nossa espera! As bolhas nas mãos já começavam a dar de si! Tudo normal… apanhámos o avião, que por sinal tinha um piloto bastante interessante… mas que afinal não mexia bem com a maquina! Não gostamos muitos, deu muitas voltinhas para o nosso gosto!
Nápoles… o terror das nossas vidas! Apanhamos o bus para a estação central (que falta de originalidade!) e… que és isto? Que cidade tão suja, tão mal cheirosa!!! Os condutores? Nem se fala… !!! eis que o autocarro para no meio dum cruzamento e o sr condutor grita “ESTAÇÂO CENTRAL”… o quê? Vão nos largar aqui no meio do cruzamento?... Lá tivemos que sair! E agora como atravessamos estas estradas, com estes grandes condutores? Inspirámos fundo, aguentámos o ar e lançámo-nos à estrada! Uma já está… só falta outra! Esta tinha passadeira, pensámos que seria a nossa sorte… a Marta segue para a frente e eu começo aos gritos! Estávamos em plena passadeira, ela com um carro à frente, dois carros entre eu e ela e ainda um carro atrás de mim!!!! Então percebemos o lema “Desde que haja espaço, cabe tudo… o que importa é andar”!
Chegámos à famosa estação central! Uma confusão que nem nós queríamos imaginar… eis que um senhor se agarra às nossas malas e nos leva ao comboio! Que simpático… óbvio que tudo tem um preço! Demos-lhe uma moedinha, começou a reclamar, foi ai que entrou a típica conversa do “Desculpe, mas não falo italiano”! Foi-se então embora.. e agora 4horas de comboio pela frente. Como somos pessoas de sorte, de frente para nós ia um depravado, que fez questão de ir a viagem inteira sempre a olhar! Com tantas medidas que nos tirou, está apto a oferecer uma peça de roupa! Eu a querer dormir e a ter que me preocupar se dormia de boca aberta, se me babava, pois estava a ser observada! Depois de muito ‘picar milho’ chegámos à estação onde tínhamos que fazer troca de comboio. Paola. Vínhamos na ‘parvalheira’ e começamos a rir que nem umas desalmadas, quando vimos um indivíduo a correr atrás do comboio, pois tinha-se esquecido da mala. É então que: “ANA ONDE ESTÁ A MINHA MALA AZUL?”…. um breve silêncio! Marta corre em direcção ao sr da estação, que estava a falar com o tal individuo. Eis que eu vou a correr atrás dela e… “MARTA, OS NOSSOS CASACOS TAMBÉM LÁ FICARAM”!!! O dia estava a correr bem demais! E agora? Tínhamos três pessoas italianas, ninguém percebia o que dizíamos. A senhora dizia "due ragazze straniere spagnole", ao qual contestávamos "Espanholas não, somos Portuguesas”, mas a senhora insistia em que fossemos espanholas! Depois de uma grande ginástica, a senhora lá fez uns telefonemas e nos diz “Têm que apanhar outro comboio, vão até lamezia onde apanham as coisas, voltam para aqui para então irem para Castiglione cosentino”. Suspiramos de alivio, pois antes tinha-se pensado na hipótese de irmos buscar as coisas a Reggio di Calabria, que falando em bom português, é como ir de Lisboa ao Algarve! Lá fomos então, com o tal moço com quem tínhamos gozado! Feita esta maravilhosa viagem, chegamos ao nosso destino pelas 20h, tal como tínhamos combinado com o Pietro (rapaz responsável por nos ir buscar)! Passam-se 5…. 10…. 20…. 30…. 40…. 50…. 60 minutos e nada do Pietro aparecer! Entretanto já tínhamos imaginado que seria todas as pessoas que por ali tinham passado! Resolvemos então mandar uma sms… Milagre… alguém se preocupa conosco! Mais uns tantos minutos à espera e aparecem 2 ragazzi para nos buscar. Alessandre e Franscesco. Que nos disseram que não estavam à nossa espera! COMO?!!!! Tivemos que passar a noite num hotel e só no dia seguinte nos foram buscar para ir para a universidade!
…. To be continued!

2 comentários:

erute disse...

Oh miga, realmente já tens o suficiente para contares aos teus netos e agora aí chegaste...
Heheh

Vou continuar aqui atenta às tuas aventuras e a rezar para que essa estadia seja belissima.

Beijo

Bruno disse...

A história de Veneza é q vai ser.. xD